Seguindo a tendência das moedas digitais e influenciado por países como Canadá, China, Rússia e França, o Brasil estuda proposta para criação do Real Digital
Sem dúvida, o lançamento do Bitcoin em 2008 trouxe uma transformação significativa para o mundo. A criptomoeda veio acompanhada de uma promessa poderosa de mudança no mercado econômico e na forma como as transações financeiras seriam realizadas no futuro.
Com o passar dos anos e o surgimento de várias outras criptomoedas, o sistema se mostrou viável e agora tem chamado a atenção dos governos em relação à criação de suas próprias moedas digitais. O Brasil, por exemplo, está explorando a possibilidade de lançar o Real Digital, buscando acompanhar essa tendência global.
Afinal, o Real Digital é uma criptomoeda?
Em primeiro lugar, é importante deixar claro que o Real digital não pode ser considerado uma criptomoeda, pois não mantém as mesmas características de um criptoativo.
Diferentemente de uma criptomoeda, o Real digital é controlado pelos interesses de um governo, no caso, o Governo do Brasil, e mantém as mesmas características de uma moeda fiduciária tradicional, como a emissão de acordo com os interesses do governo, sem a necessidade de autorização dos usuários e o seu valor continuará atrelado à confiança e ao desempenho do governo. Outra característica divergente é ter um intermediário, o Banco Central do Brasil (BCB).
Basicamente não pode ser considerado uma criptomoeda, pois seus critérios seguem atrelados aos interesses de seu emissor.
Então, o que é o Real Digital?
O Real digital é um projeto de autoria do Banco Central do Brasil, com o intuito de criar uma versão digital da moeda que circula pelo país, o Real. Sua proposta é permitir transações eletrônicas de forma mais eficiente e segura. O Real digital seria emitido pelo próprio BCB, como já acontece com a emissão das cédulas físicas.
Uma característica em comum entre o Real digital e o Bitcoin, assim como outras criptomoedas, é que ele também seria baseado em tecnologia de blockchain. Isso possibilitaria o registro e a validação das transações de forma praticamente automática e descentralizada.
Uma das vantagens do Real digital é o menor custo associado a ele, uma vez que a ideia é gradualmente substituir as cédulas físicas, que possuem um alto custo de emissão. Outro benefício, para o governo, é aumentar a capacidade de rastreio, pois dá maior poder de controle ao emissor da moeda, o que pode ajudar a reduzir riscos sistêmicos e crimes financeiros.
O Real digital é, basicamente, uma versão digital do próprio Real, com a possibilidade de oferecer maior controle para o emissor e mais segurança, eficiência e velocidade para os usuários.
Vale destacar que o Real digital ainda é um projeto em desenvolvimento, com muitos detalhes que precisam ser definidos. Os estudos e testes são conduzidos pelo Banco Central do Brasil, e não há, por enquanto, previsão de aprovação e implementação da moeda.