A Taxa de Longo Prazo é o índice de juros básico para operações do BNDES; entenda o conceito e descubra como funciona na prática
Antes de assinar um contrato de financiamento, o consumidor deve estar atento às alternativas disponíveis no mercado e às particularidades de cada modalidade.
No caso do empréstimo com imóvel como garantia, por exemplo, as taxas são mais baixas; entretanto, é necessário atender os requisitos para concessão do crédito.
Neste contexto, a TLP desempenha um papel importante nas negociações e na análise da viabilidade e dos custos de um contrato de financiamento.
O que é a TLP?
A Taxa de Longo Prazo, também conhecida como TLP, é uma taxa de juros básica criada pelo governo federal para as operações do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
Ela foi criada para substituir a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Desde 01 de janeiro de 2018, todos os contratos fechados pelo BNDES passaram a considerar a TLP.
Essa taxa é um dos componentes que formam a taxa de juros final praticada nas operações bancárias. A ela são somadas ainda as chamadas remunerações — ou spreads — e a taxa de risco de crédito da operação.
No caso específico da taxa de risco de crédito, são levados em conta fatores como o tipo de operação, o volume de dinheiro emprestado e o perfil de crédito do cliente.
Como a TLP é calculada?
O valor da TLP está atrelado ao índice da inflação que, por sua vez, está vinculado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. Também possui um acréscimo da taxa de juros da NTN-B por um período limitado de até cinco anos.
A TLP prevê, no entanto, que seu cálculo mude gradualmente. A ideia do governo federal é deixar de indexar a TLP pela inflação; neste caso, sua formulação contaria exclusivamente com um índice de juros pré-fixados praticados pelo mercado.
Nesse sentido, gradativamente, a TLP passará a ser baseada totalmente nos juros da NTN-B. A informação é de que essa transição deve acontecer em até cinco anos. Considerando sua validade a partir de 2018, estima-se a transição até 2023.
Quais são as diferenças entre TJLP e TLP?
Confira a seguir as principais diferenças entre a extinta TJLP e a TLP, que é utilizada atualmente:
- A TJLP era atualizada trimestralmente, enquanto a TLP tem ajustes mensais;
- A TJLP era definida pelo governo, por isso havia interferências políticas na taxa. A TLP, por sua vez, sofre menos interferências desse tipo;
- A TLP é mais previsível do que a TJPL, já que está baseada na inflação.
Sem dúvida, a TLP é a mais vantajosa, já que está alinhada à realidade do mercado. Assim, empresas que utilizam financiamentos do BNDES passam a ter acesso a taxas de juros mais justas e adequadas.
Por que a TJLP foi substituída pela TLP?
Que a TLP é uma opção mais justa e alinhada com o mercado, já ficou claro. Mas por que houve essa substituição?
O objetivo central era ajustar as taxas aos padrões do mercado. Desde a implementação da TLP, a NTN-B passou a ser utilizada como referência das taxas de juros do BNDES.
A NTN-B é um título de Tesouro Direto com variações que estão diretamente atreladas às movimentações econômicas.
A partir de então, as taxas do BNDES passaram a ser iguais às taxas do Tesouro: livres de qualquer interferência política.
Antes de 2018, o Conselho Monetário Nacional era o responsável por definir a TJLP e, teoricamente, seguia a inflação. Porém, como mencionado, sempre havia o risco de influência política na definição da taxa.
Isso levava a situações nas quais os juros eram baixos demais apenas por vontade do governo, o que impactava negativamente nas contas públicas.
O que acontecia era que, quando a TJLP ficava abaixo do custo de captação do mercado, o BNDES ficava em déficit.
Ao realizar a substituição da TJLP pela TLP, os juros do BNDES deixaram de ser subsidiados. Desta maneira, a TLP é uma opção economicamente e mercadologicamente mais viável, já que utiliza taxas de juros praticadas pelo mercado e superiores ao seu custo de captação.